domingo, 29 de janeiro de 2012

Pink Floyd e mudanças na música

  Certa vez li que algumas pessoas admiram o Pink Floyd, porque em toda a carreira deles eles tocavam o que queriam e tinham vontade de tocar e, diferente de muitos, mesmo assim faziam sucesso. E eu passei o tempo todo depois de ler isso acreditando que isso era um aspecto extremamente positivo. Uma banda que ignora o que a mídia pede e toda a lavagem cerebral existente na mídia até hoje e que mesmo assim faz sucesso. Então, certa vez, meu irmão me falou que os músicos que não se importam com os seus fãs são extremamente arrogantes e um bando de inúteis como músicos. Então fica a questão: Os músicos devem fazer música para sí mesmos ou para seus fãs. Meu irmão utilizou como argumento a grande quantidade de guitarristas, que apenas por terem finalmente dominado a arte do arpejo na guitarra escrevem músicas inteiras, que são na verdade basicamente solos intermináveis, compostos apenas por uma base ridícula por trás e o guitarrista fazendo arpejos na guitarra o mais rápido o possível. Utilizou também as músicas do Dream Theater que são apenas os músicos fazendo solos incoompreensíveis e irritantes. Não que ele não goste de Dream Theater, pois é um grande fã. Apenas não aprova as músicas mais novas em que não existe praticamente melodia nenhuma, apenas John Petrucci e o John Myung tocando arpejos e fazendo solos.
  Eu, que apoio a ideia de que o músico deve fazer música que ele mesmo goste, utilizei como argumento o Pink Floyd, que continuou sempre com seu rock progressivo e mesmo com a evolução da música no resto do mundo fez sucesso. Também disse que, mesmo que muitas pessoas gostem, eu nunca tocaria uma música de Hip Hop ou Techno. Pois não gosto.
  Então ele me lembrou de um guitarrista extremamente reconhecido por todos: Brian May. Me explicou que seus solos não são rápidos, nem difíceis, mas harmoniosos e com uma melodia agradavel. Coisa que aparentemente poucos guitarristas conseguem fazer hoje em dia. E também que ele não é que nem esses guitarristas de hoje em dia que tocam apenas para que os outros fiquem dizendo como ele é rápido e preciso. Pois estes estão apenas tocando pela reputação deles. Brian May tocava para criar uma música mais bonita, harmoniosa e melhor.
  E eu dizia sobre as bandas que mudam seu estilo apenas para agradar seus fãs. Que tentam acompanhar o que deveria ser a evolução na música. E muitos deles acabam perdendo fãs por não terem mantido seu som original e muitos dizem que a banda se vendeu. Dizia também que, se músicos como Jimi Hendrix estivessem apenas pensando em seus fãs, não teriam criado coisas extremamente novas, inovarodas e experimentais. A música não teria evoluído. Todos nos manteríamos na música do passado. Talvez o Rock nunca tivesse nascido. Portanto nem o Heavy Metal. Talvez ainda estivessemos presos à música erudita. E eu acho que ter apenas um estilo músical, mesmo que seja tão complexo e harmonioso como a música erudita, por séculos me soa de certa forma monótono.
  E então, depois de um longo tempo de discussões percebemos que não avançariamos mais, pois sabiamos que nenhum dos lados ganharia nem perderia pois os dois tinham argumentos ótimos, mas também seus pontos fracos. E chegamos a uma conclusão: Que é necessário existir um equilíbrio entre agradar aos fãs e agradar a sí mesmo. Mesmo assim permaneceu a questão: Pra quem é feita a música? Para os músicos ou para os ouvintes? Os músicos devem escrever músicas para que eles mesmos gostem ou para que o povo goste? Seria egoísmo fazer música apenas para sí mesmo. Mas também não devem se vender apenas para agradar à grande maioria. Como disse antes, é crucial que exista um equilibrio entre os dois.
  Como eu digo, um guitarrista que sabe tocar arpejos com perfeição, fazer solos rápidos, conhece as escalas, campos harmonicos, etc. é um bom guitarrista. Agora um guitarrista que sabe tocar em uma banda, que sabe deixar espaço aos outros músicos, acompanhar os outros, sabe a hora de solar, deixar os outros músicos se destacarem e principalmente se comunicar com a banda através da música é um bom músico. Ser um bom guitarrista não implica ser um bom músico. Ninguém quer ter  uma banda com um bom guitarrista que não é um bom músico. Nem com um bom músico que (caso seu instrumento principal for a guitarra) não é um bom guitarrista.
Pink Floyd
Brian May do Queen
  Muitos guitarristas tem muito menos técnica que outros, mas são muito mais reconhecidos. Pois sabem a hora de fazer as coisas. Não exagerar. Manter o equilíbrio. E sempre tentar inovar.

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